Por G1 | Filas se formaram nas agências de Nova Iguaçu e de Del Castilho, como mostrou o RJ1. O INSS nega problemas nos dois locais. Mulher perdeu uma das pensões e, para complementar renda, passou a vender balas na porta de agência. 

Milhares de pessoas aguardam para fazer perícias no INSS no Rio de Janeiro. Aposentados reclamam de bloqueios no benefício e que não conseguem marcar atendimento nas agências.

Quem procura os postos de atendimento está enfrentando longas filas. O RJ1 mostrou nesta terça-feira (28) que em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, a fila era grande de pessoas esperando atendimento. Apenas dois funcionários recebiam o público.

A mesma situação foi flagrada na agência do INSS de Del Castilho, na Zona Norte da capital fluminense. O INSS afirma que o atendimento é normal nas duas agências.

Pensionista vende balas em agência

O INSS confirma que existem mais de dois milhões de pedido de benefícios acumulados na fila. A pensionista Ângela de Sá Ferreira recebia uma pensão do marido que morreu e outra para cuidar da filha, que nasceu com deficiência. Um dos benefícios foi cortado.

Para conseguir sobreviver, ela vende doces na porta de uma das agências.

“Se eu não vender bala, meus filhos vão morrer de fome. Hoje meu gás acabou. Eu tenho que chegar em casa, comprar o gás e comida”, explicou Ângela.

Maria José de Araújo, de 81 anos, trabalhou como empregada doméstica a vida toda, e depende da aposentadoria para sobreviver e pagar o aluguel do apartamento onde mora. O pagamento está bloqueado há três meses.

“Eu fiz quatro provas de vida, para mostrar que eu estou viva”, contou a aposentada, que vive sozinha e, atualmente, conta apenas com a ajuda dos vizinhos.

A neta da empregada doméstica Maria de Fátima dos Santos também enfrenta dificuldades para agendar perícias. Desde os dois meses de idade da criança, que tem uma má formação no céu da boca, a família tenta marcar para saber se ela tem direito ao benefício de assistência social, o Loas. Atualmente, ela tem um ano de idade.

“Nem ligar eles ligam. A gente ficava ligando para o INSS. E nunca sai da análise”, explicou Maria de Fátima.

O INSS afirmou que Maria José Araújo deve voltar a receber o benefício nos próximos 15 dias. E que Maitê, neta de Maria de Fátima dos Santos, deve ser levada ao Centro de Referência de Assistência Social para atualizar as informações no sistema.