O fim do monopólio na aviação talvez seja o grande legado que 2019 deixa para os brasileiros que viajam de avião. Turismo & Cia Por José Osório Naves*

A mudança na lei, que agora permite até100% de capital estrangeiro em companhias aéreas nacionais, algo considerado inatingível em governos anteriores, abre o mercado para a concorrência e a tendência da diversificação de opções, mais ofertas de voos e preços mais baratos das passagens. Histórico de insolvência de Companhias aéreas no Brasil, torna-se quase uma rotina. Muitos culpam a carestia do querosene e de estacionamento nos aeroportos brasileiros, tidos como os mais caros do mundo e altas taxas e impostos recorrentes, ou mesmo às más gestões.

Esses entraves continuam como que se necrosando na continuidade do tempo. Temos também a mais alta tarifa de preços aos passageiros, além de exigências novas taxas como a cobrança de bagagens, com a inverdade de barateamentos nesses valores. Poucos se lembram de empresas orgulho nacional, como VARIG e VASP, ou mesmo Panair. Hoje não temos mais nenhuma empresa de aviação cem porcento brasileira. É só olhar o histórico de cada uma restante, voando em céu de brigadeiro. A realidade é que nem bem se começa a esquecer um baque de uma falência, lá vem outro. Essa sequência que começou na década de 60, primeiro com a Lóide Aéreo Nacional, engolido pela VASP. Depois a Panair. Em seguidas décadas outras tiveram o mesmo destino: Transbrasil, Vasp, Cruzeiro, Varig, além de pequenas como a BRA a TRIP.

De lá para cá o ambiente ficou fragilizado em sua recuperação, especialmente pelo engolimento da TAM pela Lan Chile. Quando tudo parecia se estabilizar, lá vem outro gatilho acionado com a falência de mais uma empresa brasileira, a AVIANÇA (não tão brasileira assim, pela sua origem colombiana). Foi avassalador seus efeitos à malha aérea nacional, que se socorreu às regionais Azul e Passaredo para voos domésticos. A cada quebra o setor aéreo nacional, um segmento muito dinâmico, mas frágil em sua economia de mercado, se acorre a novos players, novos aviões, turnover de colaboradores que migram para a concorrência, novos destinos, novas tecnologias, novos produtos.

Todavia os cancelamentos tumultuaram o setor tão importante nas ligações de destino nesse país continente. Segundo reportagem da revista Pan rotas, se tem algo que pode ser dito é que 2019 foi atípico. Ou, no mínimo, diferente dos últimos anos. Viu-se uma empresa com 13% do mercado cancelar todos os seus voos e deixar passageiros (e todo o trade) em uma situação a no mínimo, diferente, como a revogação da franquia de bagagem gratuita, abertura às empresas 100% ao capital por slots em Congonhas e a chegada de uma nova companhia na rota mais movimentada do País, a ponte aérea RJ-SP.

Grandes cias aéreas que deixaram devoar pelos céus do Brasil

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Lóide Aéreo Nacional

Lóide Aéreo Nacional S/A foi uma companhia aérea brasileira fundada em 1938 como Navegação Aérea Brasileira.
Passou a se chamar Lóide Aéreo Nacional em 1948. Operou até 1962 quando foi incorporada à VASP. Fundação: 1929 Extinção: 1962

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Panair do Brasil

Panair do Brasil S.A. foi uma das companhias aéreas pioneiras do Brasil. Nasceu como subsidiária de uma empresa norte-americana, a NYRBA, em 1929. Fundação: 22 de outubro de 1929, Extinção: 1965

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Transbrasil

A Transbrasil foi uma companhia aérea brasileira, que figurou entre as quatro maiores do ramo em operação no país, atrás da hoje também extintas Varig, Cruzeiro e VASP. Fundada em 5 de janeiro de 1955 sob o nome inicial de Sadia S.A. Fundação: 5 de janeiro de 1955 Extinção: 3 de dezembro de 2001

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Cruzeiro do Sul

Os Serviços Aéreos Cruzeiro do Sul, também chamada de Cruzeiro do Sul ou simplesmente Cruzeiro, foi uma antiga companhia aérea brasileira. Inicialmente chamado de Sindicato Condor Ltda foi oficialmente constituída em 1º de dezembro de 1927 no Rio de Janeiro. Fundação: 1927 - Extinção: 1993


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VASP

A Viação Aérea São Paulo foi uma empresa de aviação comercial brasileira com sede na cidade de São Paulo. A companhia deixou de operar em 2005 e teve sua falência decretada pela Justiça de SP em 2008. Pertenceu primeiro ao Governo do Estados de São Canhedo. Fundação: 4/;11/1933. Extinção: 27 de janeiro de 2005.

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VARIG

A Viação Aérea Rio-Grandense, mais conhecida como Varig, foi uma companhia aérea brasileira fundada em 1927, no município de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, pelo alemão Otto Ernst Meyer. Foi uma das primeiras companhias aéreas brasileiras. Fundação, 7/8/1927. Extinção 2005.

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TAM

Na década de 60, em Marília, interior de São Paulo, a associação de dez pilotos de monomotores criou a Taxi Aéreo Marília (TAM). A empesa cresceu, tornou-se a primeira companhia aérea do Brasil, mas devido a dificuldades financeiras associou-se à Lan Chile, se transformando na LATAM de suas atividades, a companhia só atuava com o transporte de cargas e passageiros em três Estado do Brasil: Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Em 2015, após 43 de atuação.

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Avianca Brasil

Avianca Brasil, oficialmente OceanAir Linhas Aéreas, é uma companhia aérea brasileira sediada em São Paulo, fazendo parte do Synergy Group, que é proprietário da Avianca Holdings, porém com operações independentes. Embora com a mesma marca da Avianca colombiana, a companhia possui identidade jurídica distinta. Fundação em 2009. Palização em 2019

AS AÉREAS QUE SE CONSOLIDARAM

Azul a mais beneficiada

A Azul, terceira maior empresa do Brasil, após a quebra da Avianca, foi a que mais se beneficiou entre as remanescentes. Se consolidou na ponte aérea Rio-São Paulo, a linha mais concorrida do país. Conseguiu aumentar sua presença no mercado doméstico, principalmente com a incorporação de novos A320 (alguns deles da própria Avianca). Esse fator levou a companhia a um imediato crescimento de 20% na oferta, para uma operação mais consistente entre os dois aeroportos centrais, Congonhas SP e Santos Dumont-RJ, a empresa precisou descontinuar os voos que partiam de Congonhas para Curitiba e Porto Alegre.

A fusão entre Azul e Trip, resultou no desaparecimento da última no mercado de aviação comercial no Brasil após a crise da Avianca. Novos destinos também entraram nos planos da Azul. Umuarama e Guarapuava, no Paraná, Serra Talhada, em Pernambuco, Depois veio Araguaína, no Tocantins, Caruaru, em Pernambuco, e Santos, no litoral paulista. No internacional, a companhia passou a voar de Belo Horizonte a Fort Lauderdale (EUA). A empresa também aguarda a internacionalização do aeroporto de Cuiabá para voar de lá para Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia.

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E A GOL?

A Gol anuncia expectativa positiva, com impulso tanto do segmento corporativo como de lazer. Destaca um importante incremento de oferta especialmente no último trimestre, investindo nos principais hubs da companhia – Guarulhos, Galeão, Brasília e Congonhas, para fortalecer a operação doméstica e internacional. anuncia pelo diretor de Canais e Vendas da Gol, Para o diretor, Renzo Mello.a redução do ICMS no querosene de aviação em diversos Estados tem sido fundamental para o desenvolvimento do setor aéreo e, consequentemente, da economia dos Estados, ao possibilitar a abertura de novas bases e implementação de novos voos, com importante fomento ao Turismo. A expansão regional também está em sua mira.

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LATAM DE VOLTA

Uma das principais novidades da Latam, sem dúvida foi a revitalização do design do interior de suas aeronaves de longa distância e os aviões da Família Airbus, responsáveis pelos voos domésticos da companhia. A Latam adquiriu o Boeing 777 totalmente revitalizado e mais quatro Airbus com a nova cabine voando pelo Brasil. A companha lançou voos com saídas de Brasília para Santiago, no Chile; Lima, no Peru, e Assunção, no Paraguai. No doméstico, as aeronaves também foram revitalizadas e mudou os horários de voos em hubs como Brasília, Guarulhos, Santos Dumont e Fortaleza, para reconquistar o público corporativo. Os novos produtos, os novos horários, a liderança operacional e a incorporação do Multiplus, que ganhou novo nome para voltar ao jogo dos viajantes a negócios. NO CHÃO À ESPERA DE ESPAÇO NO AR

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NO CHÃO À ESPERA DE ESPAÇO NO AR

ATA - Atlântico Transportes Aéreos A Atlântico Transportes Aéreos (ATA) iniciou sua operação em meados de 2001, em Recife. Na ocasião, a companhia contava com apenas uma aeronave e no primeiro ano transportou cerca de 2.000 pessoas. Após um ano de operação, a companhia optou por focar seus esforços no transporte de cargas, pois a rentabilidade era mais garantida. Por se tratar de uma empresa não-regular, sem rotas fixas, a companhia costumava fretar suas aeronaves na alta temporada, transportando pessoas de São Paulo para alguns destinos no Nordeste. Atualmente a empresa está paralisada e não realiza nenhum tipo de voo.

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Táxi Aéreo Fortaleza

A Táxi Aéreo Fortaleza (TAF) é uma empresa aérea brasileira com sede na cidade de Fortaleza, no Ceará, e começou a operar no mercado de aviação em meados da década de 50, como companhia de táxi aéreo. Durante algum tempo, Taxi Aéreo Fortaleza prestou serviços ao governo do estado de Ceará e outros órgão públicos e chegou a ser pioneira no serviço de carga aérea no Nordeste. Em meados da década de 90, a TAF começou a atuar como empresa regional de passageiros e cargas, mas a baixa demanda fez com que a companhia suspendesse seus voos.

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Brasil Rodo Aéreo

A Brasil Rodo Aéreo (BRA) foi fundada em 1999 e durante mais de seis anos atuou no mercado com a oferta de voos fretados. Somente em 2005, a companhia obteve licença para realizar voos regulares, adotando o conceito de companhia aérea popular. No intuito de aproveitar as oportunidades do mercado, a BRA chegou a voar para 34 cidades diferentes do Brasil e chegou a anunciar, em 2007, a compra de 40 jatos Embraer. No mesmo ano, no entanto, suspendeu suas operações e demitiu mais de 1.000 funcionários. A crise, segundo a companhia, era temporária, mas um ano depois a BRA ajuizou pedido de recuperação judicial. Após a suspensão dos voos, a empresa OceanAir, depois Avianca, chegou a assumir alguns voos e aeronaves da companhia. Atualmente, a companhia ainda está em processo de recuperação e opera apenas com voos fretados. Porém, para a Anac, ela é considerada inoperante.

Cruiser

A Cruiser nasceu em 1996, no estado do Paraná, como empresa de táxi aéreo e tinha como foco a aviação regional. Em 2001, a companhia passou a operar alguns voos regulares para cidades dos estados do Paraná e Santa Catarina como empresa de linhas aéreas. Hoje em dia, no entanto, a empresa está proibida de operar e, segundo a Anac, seu status encontra-se inoperante no mercado de aviação civil.

Cruiser

A Cruiser nasceu em 1996, no estado do Paraná, como empresa de táxi aéreo e tinha como foco a aviação regional. Em 2001, a companhia passou a operar alguns voos regulares para cidades dos estados do Paraná e Santa Catarina como empresa de linhas aéreas. Hoje em dia, no entanto, a empresa está proibida de operar e, segundo a Anac, seu status encontra-se inoperante no mercado de aviação civil.

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Rico

A Rico foi fundada na década de 60 no estado de Rondônia e contribuiu bastante para a construção da Rodovia Transamazônica, com o transporte de trabalhadores e equipamentos para a construção de estradas na região. Em 1996, que a Rico foi homologada como empresa de transporte aéreo regular e durante muito tempo teve importante papel no mercado de aviação civil da região Norte do país. Em junho de 2011, a Anac cancelou a licença de operação da companhia e atualmente ela funciona apenas como empresa de táxi aéreo. Por Daniela Barbosa, da Panrotas.

APÓS REDUÇÃO DE ICMS

No Estado de São Paulo, as companhias aéreas fecharam os números de 2019 completando 800 voos anunciados desde quando o governador João Doria decidiu reduzir a alíquota de ICMS sobre o combustível dos aviões de 25% para 12%. “Celebramos estes números com os parceiros em um ano difícil para a aviação. Entre as boas novas, destacamos a recontratação de centenas de colegas que ficaram sem trabalho por conta do fim das operações da Avianca Brasil”, disse o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz. Para o Secretário de Turismo do Estado de São Paulo, Vinícius Lummertz, os novos voos impactaram a economia do Estado: “O IBGE mostrou que o Turismo em SP cresceu 7,7% no primeiro semestre, e o emprego 4,4%, números bem superiores à média nacional." Nos últimos cinco anos, pelo menos cinco companhias deixaram de operar no país, seja porque o negócio não deu certo ou porque a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), por alguma irregularidade, suspendeu a operação. Veja, a seguir, a história de empresas que não decolam mais no Brasil, segundo último relatório da Anac, atualizado em maio de 2019: