No Instagram, golpista vende produto que não existe. Já no WhatsApp, 'clone' do perfil pede dinheiro.

O Dia - Rio - As redes sociais, que surgiram para aproximar as pessoas, acabaram trazendo para mais pertinho um outro tipo de companhia: o golpista. Não raramente são divulgadas notícias de crimes na internet, como tentativa de golpes, promoções e vendas que não existem e clonagem do perfil. Três casos específicos chamaram a atenção do DIA: venda e oferta de produtos pelo Instagram e clonagem do WhatsApp. O objetivo do cibercriminoso varia de roubo de dados bancários, inclusive senhas, a arrumar dinheiro fácil. O alerta é de Thiago Bordini, diretor de inteligência cibernética do Grupo New Space. 

E agora, o que fazer? Desconectar-se do mundo virtual? Voltar para o modo analógico? De acordo com o especialista, não é preciso nenhuma medida extrema. "Basta desconfiar de vendas com valores muito abaixo do preço de mercado, não validar códigos por mensagens SMS e, principalmente, não clicar (nem compartilhar) links desconhecidos", alerta.

Clonagem do WhatsApp

Um tipo de golpe que tem feito vítimas é o "espelhamento" do WhatsApp. A fraude consiste no envio de torpedo por parte de criminosos para a vítima, induzindo o dono do perfil a repassar código de ativação. "A partir daí, os fraudadores assumem o controle da conta do WhatsApp e, se passando pela vítima, mandam mensagens a todos os contatos pedindo dinheiro", explica Bordini. 

E foi justamente uma resposta de SMS que transformou a vida da advogada Renata Fuster, 38 anos, da Barra, num pesadelo. Ela contou ao DIA que recebeu mensagem no celular pedindo código de verificação, achando que se tratava de algo comum e acabou respondendo. "Meu WhatsApp na hora parou de funcionar, mas um colega de trabalho que estava ao lado viu que eu permanecia online. Tentei usar o aplicativo e nada!", diz a advogada, que atua no ramo imobiliário. 

"Fiquei preocupada e fiz um post (publicação) informando que achava que meu WhatsApp tinha sido clonado", conta Renata. A filha de um conhecido viu e contou ao pai. Ele tinha sido contactado pela suposta Renata que pediu que fizesse um depósito na conta por estar passando por um "aperto" na rua e o limite bancário ter sido excedido. "Ele, que é cliente e amigo nosso há anos fez o depósito. Um constrangimento", lamenta.

Em outros casos publicados pelo DIA em 14 de maio, usuários do Instagram compraram um carrinho de bebê, efetuaram os depósitos e nunca receberam o produto, que viria dos Estados Unidos. Em contato com a dona da perfil, houve a promessa de que o dinheiro seria devolvido. Mas até hoje amargam o prejuízo. 

Em outra situação, os golpistas usam a marca Ray-Ban, que promete até 90% de desconto, passando o óculos a custar de R$ 660 para R$ 65,90. Tentador não? Fuja, é um golpe chamado phishing. Nesse tipo, o criminoso usa propaganda que parece oficial e oferece um link. Mas quando o usuário clica neste endereço, tem senhas e dados roubados.

Dicas para não virar uma vítima

Algumas recomendações podem ser seguidas para evitar cair em golpes. A Kaspersky Labs, empresa de segurança na internet, sugere algumas ações simples. A primeira delas é desconfiar de promoções com preços muito abaixo do mercado. Também desconfie de links desconhecidos, priorize lojas online de empresas conhecidas ou originais. 

Vale também ficar de olho nas informações e permissões exigidas por estes sites. A recomendação é de que nunca forneça dados de cartão de crédito a páginas e sites não confiáveis.  No caso do espelhamento do WhatsApp a principal dica para evitar ser vítima de golpistas é fazer a verificação em duas etapas adotada pelo WhatsApp, ela aumenta a proteção da conta se for usada pelo próprio dono da linha. 

Procurado, o WhatsApp informou que fez alteração no texto do torpedo SMS enviado com o código de seis dígitos necessário para associar o aplicativo a um telefone. A mensagem inclui o aviso: "não compartilhe esse código" e vale para usuários de Android e será estendido ao iOS.