Diante da repercussão nas redes sociais e na mídia de casos em São Paulo de vítimas da criptococose, popularmente conhecida como doença do pombo, a Subsecretaria de Vigilância Sanitária e Controle de Zoonoses (Subvisa) informa que no município, de todas as amostras analisadas para o fungo Cryptococcus neoformans desde 2017, apenas uma deu positiva para a zoonose em animal, em exame realizado no ano passado. Além das análises, o órgão que é vinculado à Secretaria Municipal de Saúde desenvolve orientação sobre a presença de pombos, cujas fezes albergam Cryptococcus neoformans, fungo que acomete seres humanos e animais domésticos e silvestres.

As ações educativas são feitas a pedido da população em geral, de escolas e outras instituições, por meio da Central 1746. Técnicos do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ, em Santa Cruz) prestam os esclarecimentos sobre a prevenção.

A aglomeração de pombos se dá pela facilidade de abrigo e alimentação oferecida por humanos. Por isso, uma das orientações é evitar dar comida aos animais. Essas e outras informações foram prestadas recentemente à população durante a Convisa Rio, conferência nacional realizada pela Vigilância Sanitária. Além de palestras e exposição de acervo histórico, o encontro serviu para dar explicações sobre zoonoses, como a criptococose.

– Muito legal aprender sobre essas doenças e saber como a gente pode se proteger delas. Não sabia de nada disso – reagiu com surpresa Maria Vitória, aluna da rede municipal do Rio, que visitou o estande da Vigilância na Convisa.

Entre as medidas de prevenção, está a importância de higienizar com solução desinfetante o local onde há fezes. A limpeza deve ser feita com equipamentos de proteção como luvas e máscaras apropriadas. Para evitar a suspensão de partículas com a possível contaminação, as fezes devem ser umedecidas antes da remoção.

Após a higienização do ambiente, é muito importante a adoção de barreiras físicas para manter os pombos afastados. Alguns exemplos são a instalação de telas, a vedação dos locais por onde as aves possam passar, a implantação de espículas sobre muros e muretas para impedir o pouso e ainda o uso de gel repelente em determinados suportes de pouso, como madeiras de sustentação do telhado. Em grandes instalações, há controle de pombos até por meio de aparelho repelente que gera um campo eletromagnético.

Aves são protegidas por lei federal

A Vigilância Sanitária ressalta que as aves são protegidas pela Lei Federal Ambiental 9.605/98. Em dois anos e meio da atual gestão, a Vigilância recebeu 1.914 chamados da presença de pombos em toda a cidade.

A Subvisa faz também rotineiramente o exame de cultura de secreção e lesões em gatos para a esporotricose, com testagem para criptococose. Nesses quase três anos, de todas as amostras analisadas, apenas uma deu positivo para Cryptococcus neoformans.

As análises são feitas por técnicos do Laboratório Municipal de Saúde Pública (Lasp), em São Cristóvão, uma das unidades da Vigilância Sanitária. Em 2017 foram analisadas 904 amostras e 1.163 em 2018, com uma delas dando positivo. Nos seis primeiros meses de 2019, foram analisadas 1.207 amostras, todas negativas para criptococose. (Fonte: http://noticias.prefeitura.rio)