FONTE: Agência Sindical - A produção industrial caiu 1,3% em março, em comparação a fevereiro, segundo o IBGE. Setores estratégicos amargaram números ainda piores: produtos alimentícios (-4,9%), veículos automotores (-3,2%) e produtos têxteis (-2%). O jornalista Luis Nassif, especialista em economia e criador do portal GGN, tem opinião clara. Ele afirma: "O desemprego e a queda da indústria são reflexos de uma política econômica desastrosa".
Nassif: 'O empresariado só vai investir se houver demanda. Mas todas as ações do governo vão no sentido contrário, encolhendo a economia e só aumentando o desemprego' |
Nassif argumenta que "esse governo faz tudo para a economia cair cada vez mais e diminuir suas receitas. Arrebenta com o mercado de trabalho formal, corta despesas públicas até em setores sensíveis como saúde e educação, não toma medidas positivas que apontem para o crescimento. Enfim, essa política econômica é suicida."
O jornalista também contesta a ladainha governista acerca da reforma da Previdência. Diz Luis Nassif: "Paulo Guedes afirma que essa reforma resolverá tudo, mas não é verdade. O empresariado só vai investir se houver demanda. Mas todas as ações do governo vão no sentido contrário, encolhendo a economia e só aumentando o desemprego".
Crédito: Jaélcio Santana - Miguel: 'Assim como a reforma trabalhista não gerou empregos, também a reforma da Previdência não vai ajudar em nada o desenvolvimento' |
Tragédia - Miguel Torres, presidente da CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos) e da Força Sindical, vai na mesma linha. "Essa queda no setor industrial é uma tragédia anunciada. As políticas equivocadas do governo inibem o investimento e diminuem o poder de compra da população. Com menos dinheiro na praça, o aumento de desempregados e desalentados é a terrível consequência natural", comenta.
O sindicalista aponta a falta de política adequada. Miguel critica: "Falta uma política nacional de desenvolvimento que respeite as questões regionais e crie de fato as condições para o crescimento industrial. Precisamos de uma política de Estado, continuada, que dê a orientação para o investimento. Assim como a reforma trabalhista não gerou empregos, também a reforma da Previdência não vai ajudar em nada o desenvolvimento".
Folha - Os números referentes à queda na produção industrial deram base para a manchete principal da Folha de S. Paulo, sábado, dia 4.